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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Pontadas

Isso não é solidão, nem nada.
O tempo já não permite e o corpo não admite esse nome.
De solidão só existe uma ponta.
A ponta do cigarro, acesa,
Queimando os dedos e o peito.
Arde peito!
Perfurado pela ponta de solidão.
Ponta de um Iceberg.
Mas o gelo queima como o cigarro.
Tudo queima.
Tudo perfura, rasga e destrói.
Pobre peito, aberto.
Queima peito.
Não dá mais, tanto frio.
Tudo queima, tanto frio.
E os amigos, onde estão?
E a vida, solidão?
O que me mantém vivo é a ponta
Que queima, mas não aquece.
Aquela pequena ponta
Que, de tão pequena, alfineta o peito.
A pontinha de esperança!!!
Pobre esperança, pobre peito.
Mísera esperança que me alfineta,
Rasga, gela e queima.

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