Páginas

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Fazendo amor

Andando por esta cidade sem ter aonde ir.
Caminhando sem destino e sem preocupações.
Minha cabeça latejando, prestes a explodir.
Nada de certo. Meu destino: uma interrogação.
Você é livre e eu querendo só me libertar
Mas em meu pé há uma corrente, estou na prisão!
Eu te conheço faz um mês, talvez um pouco mais.
Contigo qualquer bate-papo bobo me apraz.
Olhar o amanhecer do dia chega a causar dor
Deitado, , a seu lado, fazendo amor...
Fazendo amor...
Fazendo amor...
Fazendo amor!!!
Nossos corpos pegam fogo, soltam labaredas.
Os corações se acendem e tudo vira calor.
Me sinto derretendo, virando suor.
Você se acabando, se movendo sobre mim.
Fazendo amor...
Acordado de madrugada sem nada a fazer.
Fecho meus olhos e deixo o som me transportar.
Sobrevoo a cidade me sentindo só.
São tantas luzes me cegando.
Tantas almas solitárias vagam por aí,
Todas buscando uma emoção, um prazer, um consolo.
São tantos corações partidos e só um desejo.
Todos chorando para a Lua, querendo um amor.
Aquela prostituta, o feio e o revoltado,
A moça na janela ou mesmo o assassino,
Todos eles sofrem quando a manhã está chegando.
Me invejam ao notar que estou dentro de seu carro,
Deitado, , a seu lado, fazendo amor.
Fazendo amor...
Fazendo amor...
Fazendo amor!!!

Venha-me ver qualquer dia

Palavras que ecoam sem sentido.
Perguntas que carecem de respostas.
Rimas feitas, frases imperfeitas.
Dias infindáveis com noites entrepostas.
Vejo o Sol matador se erguendo.
Ódio mortal da Aurora.
Resto de um outro alguém,
Bagaço do homem de outrora.
Venha-me ver, venha-me amar qualquer dia.
Venha ao nascer do Sol e me faça companhia.
Está tudo aqui, guardado. Nossos melhores momentos.
Eu preciso me sentir amado.
Venha-me ver qualquer dia.
Crianças pulando, gritando alto.
Na rua, cães ladrando sem parar.
Estranhos me incomodando
E nada de obter a almejada paz.
Meu espaço é ínfimo mas parece ser grande demais.
Esta é a falta que o nada me faz.
Tudo aquilo que estamos rifando.
Venha-me ver, venha-me ver qualquer dia.
Pro dia nascer feliz me basta sua companhia.
Uma vida nova te aguarda, repleta de bons momentos.
A seu lado me sinto amado e vivencio a alegria.
Venha-me ver, venha-me ver qualquer dia.

Não consigo te superar

O lençol é muito frio, a T.V. não me distrai.
O minuto é eterno, este é o meu inferno.
Nada me agrada, estou sufocando.
A cama tão gigante, o quarto tão vazio.
Meu coração gelado.
Para sempre será inverno.
A própria vida está me matando.
Eu tenho planos para o futuro mas,
Me falta combustível para seguir.
O horizonte em minha frente mas,
Não consigo te superar.
A vodka acabou, outra garrafa estourada.
Rodeado de amigos mas me tranco no banheiro.
Chorando só de desespero.
De carro, madrugada, seguindo por qualquer estrada
Que me leve a algum lugar
Onde você não está.
Pego uma reta e sigo a esmo.

sábado, 22 de agosto de 2009

Mais uma...

Foi nada, apenas outra noite.
Pessoas foram dormir e sonharam,
Alguns bêbados caíram pelas ruas.
Nada de novo pela cidade.

Nada demais, só outra noite.
Crianças nasceram, doentes pereceram.
Choveu em algum lugar do mundo.
Nada se falou sobre a verdade.

Você não é especial e eu sou só um cara comum.
Só uma mulher na vida de um qualquer.
Mais uma passagem no espaço entre nascimento e morte.

Esperanças? Sonhos? Projeções sem fundamento algum!
Sou mais um que se enganou com seu querer.
Outra que não me pertence, só mais uma noite.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Não posso com vinho...

Só uma conversa boba,
Sem compromissos ou expectativas.
Tudo certo e combinado.
Meia-luz, madrugada, tudo bem mas,
Tinha que ter o vinho?!?
Tenho sangue, sou calor.
sou toque, alma, cheiro.
Sou sabor. Sim, sou calor.
Sou vinho!
Vinho que já foi sangue.
Vinho que tem sua alma.
Com seu cheiro e toque peculiares.
Apenas uma conversa.
Tudo queria sem nada esperar.
Mas tinha vinho
Regando o papo.
Ferveu meu sangue.
Não me pergunte nada.
Tinha vinho,
Não respondo por mim...

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Rápido e selvagem

Todo mundo já se machucou.
Todo mundo um dia vai chorar.
Que levante a mão quem nunca sofreu.
Todo mundo um dia se dá mal.
Todo mundo sofre ao menos uma vez.
Todo mundo sofre, não sou só eu.
Ótimo dia para recomeçar.
E os amigos, onde estão?
Dia perfeito para se levantar.
Rápido, selvagem como um cão.
Hei, menininha, o que você fez?
Achou que poderia me enganar?
Me usando em seus momentos de solidão.
Agora estou rápido e selvagem.
Estou feroz como um cão.
Aonde você ia me conduzir?
Imaginou que eu não reagiria?
Hoje é o dia perfeito p'reu me levantar.
Ma chame: rápido e selvagem.
Farejando como um cão.
Todo mundo tem seus heróis.
Todo herói combate um vilão.
Todos tem em si o bem e o mal.
Os papéis um dia se invertem.
O bem cai e o mal se sobressai.
Hoje é o dia da revolução.
Hei garotinha, o que quis fazer?
Hei, garotinha, tenho coração.
Sou bom, mas quando mau fico ainda melhor.
Fico rápido e selvagem, feroz como um cão.
Hei imbecil, o que quer de mim?
Pensa em tirar proveito de mim?
Vou te caçar e te fazer pagar.
Vai ser rápido e selvagem.
Serei feroz como um cão.
Ótimo dia para se confessar.
Não adianta se esconder.
Dia perfeito para me pagar.
Rápido e selvagem como um cão!

A solidão me assola

Aqui estou, estou muito down.
Penso em você que não está nem aí.
Tento me ocupar, pensar em algo,
Mas o rádio é cruel e toca "aquele" som.
Não dá para voltar ou desfazer o que foi
E a solidão me assola.
Estou perdido, sem saber o caminho.
Sem rumo algum e caminhando sozinho.
Preciso te encontrar mas, a solidão me assola.
Venha-me ver, não me deixe assim
Sem nenhuma explicação.
Sei, te machuquei com minha indecisão.
Fui covarde e não aceitei o amor.
Não dá para voltar ou desfazer o que foi
E a solidão me assola.
Não consigo escapar nem trazê-la de volta
E a solidão, a solidão me assola.
Nesta garagem o mundo não gira.
O tempo não passa e não há remédio.
Longe de você nada me faz bem.
Preciso te encontrar mas...
Sonho com nós dois e acordo bem pior.
Só penso em você e tenho que esquecer.
Uh, uma espada em meu peito, intrépida, mortal.
Preciso de você mas, a solidão me assola.
A solidão me assola...

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Divisas em minha alma

Divisas em minha alma.
Fileiras em meu destino.
Barreiras em meu caminho
Das quais não irei desviar.
Nunca quis nada fácil.
Aliás, totalmente ao contrário.
Lutei minha vida toda.
Por tudo tive que batalhar.
Problemas, quem não os tem?
Quem nunca se viu acoado?
Assim é que eu gosto,
Quando tenho que me levantar.
Divisas em minha alma, tempos de tempestade.
Não sofro por ninguém além de mim.
E nunca admirei em você nada além
Do que posso ser a seu lado.
Barreiras em meu caminho, fronteiras da cidade.
Mera vaidade. Sofro por ego, por mim e mais ninguém.

sábado, 8 de agosto de 2009

Talvez o amor

Talvez o amor seja uma benção.
Talvez seja maldição.
Talvez seja um bichinho que corrói o coração.
Mordida por mordida, causando tamanha dor.
Talvez seja melhor não ter o amor.
Talvez o amor seja correnteza.
tanta força, limpa a alma.
Talvez seja um riacho
Que aparenta tanta clama.
Talvez seja água corrente que nunca irá parar.
Cuidado, ou poderá se afogar.
O amor é coisa boa quando correspondido,
Mas as marcas que ele deixa são difíceis de apagar.
Meu amor me abandonou mas, a memória aqui ficou.
O que faço eu agora, me vendo desalentado?
Ela não vai mais me abraçar, não vou mais ter seus carinhos.
Me obrigando a ficar para sempre só.
Será que eu não mereço ficar livre deste tal
Amor, amor
Que hoje só me faz mal?
Talvez o amor seja uma prece,
Duas mãos em comunhão.
Talvez seja um devaneio, uma alucinação.
Queria estar em comunhão mas, falta a mão para me amparar.
Talvez que amor seja somente AMAR!
O amor não pode ser assim, tão ruim, tão matador.
Me recuso a acreditar que ele não vá além da dor.
Tudo o que foi vivido de emocionante e bom,
Permanece na memória, acabando com a razão.
Tudo perde o sentido na hora de dormir,
Quando a cama está vazia, sem ninguém pra te cobrir.
Na hora em que acorda e fala alto: - BOM DIA!
Olha para o lado e ninguém para beijar.
Bom dia...
Talvez o amor seja a cura, talvez seja a doença.
Talvez que ele seja a dúvida.
Talvez seja a própria crença.
O fim ou o começo?
Façam suas apostas.
E quem souber que me traga a resposta.

Minha garota

Eu encontrei meu verdadeiro amor
Sem o testemunho do Sol.
Dentro de meus olhos ela mirou
E perguntou:
- Você é real?
Ela é única.
Esta é a minha garota.
Ela se magoou demais comigo.
Mas ela é minha e sempre será.
Custe o que custar.
O meu verdadeiro amor partiu
Sob o manto da Lua.
Ela me disse:
- Eu preciso saber a realidade das ruas.
Que vida dura
Sem a minha garota.
Ela não quis saber de me esperar.
Disse que sozinha aprenderá
O que a vida pode ensinar.
Mas ela é minha e sempre será.
Para sempre minha garota.

Papai foi embora

Papai foi embora, e o que me sobrou?
O mundo inteiro me desamparou.
Bem cedo eu tive que aprender a caminhar.
Acho que não estava preparado,
Então caminhei para o lado errado.
Tudo o que queria era me consertar.
Ooh, por que você me abandonou?
Eu sei que não sou o que há de melhor.
Talvez eu nem pudesse ser pior.
Sou louco mas eu sei o que é amor.
Em meus bolsos nunca tem dinheiro,
Mas meu coração é verdadeiro.
Nossa criação foi diferente, eu sei.
Eu deixei que você me deixasse doente.
E todas as promessas feitas sob o luar?
E quanto às conversas sobre me amar?
Como esquecer um amor tão depressa?
E todos os carinhos trocados por nós?
Todas as carícias em nossos lençóis?
Como me trocou por outro tão depressa?
Você quer que eu esteja bem.
Você quer que eu fique feliz.
Acho que você só quis me derrubar!!!
Você quer que eu não chore mais.
Por aí, se divertindo com outro rapaz.
Para mim é demais, não posso aguentar.
Você só tentou me derrubar!!!
Me diga o que fazer com o meu sentimento,
Como colocá-lo no esquecimento?
Como jogar fora a minha família?
Você me deixou quando fiquei doente.
Como você pode ser tão indecente?
Você desprezou seu garoto chorão.
Você me deixou na mão.
Tudo o que quero agora é morrer.
Eu só precisava estar com você.
Com a navalha do meu sofrimento
Cortarei meus pulsos,
Ou me isolarei eternamente
Neste quarto frio do esquecimento.

Pamela Melina

Alguém assim: livre, leve e louca.
Beijo na boca.
Versos e prosa.
Voz rouca aos ouvidos, sussurros e gemidos.
Tudo por mim e para mim.
Agarradinho. Abraço e paixão.
Fogo, tesão, fissura, loucura. Loucura.
Era só você. Era você, enfim.
Mas não fique assim: lisa, lesa, louca.
Minha Pamela Melina, Monalisa.
O que me afasta de você é o que te valoriza.
Saiba seu valor, flor-de-lis imaculada.
Doce amada de meus sonhos.
Foi por pouco que não foi o que se foi.
Fiquei louco, decidi parar e FIM!

Pobre criança

Madrugada chuvosa, meus fantasmas me assombrando.
Pobre criança tola.
Criança louca e pobre, pobre de espírito.
Eu me deitei e dormi, mas tive um sonho ruim
Que ninguém consegue ver.
Todo o meu tesouro eu doei.
Vendi todo o meu amor e fui passado para trás.
Agora não dá mais, eu acordei na real.
Pobre criança sem nenhum real.
Um sonho real.
Pobre realidade que me aflige e me abate.
Dura realidade, crua e nua moralidade.
Mera formalidade ou triste fatalidade?
É tudo muito normal.
Pobre criança sem um ideal.
Criança louca e pobre.
Pobre criança tola.
Se esfola, pede esmola, rebola por caridade.
Por favor, por caridade, faça um carinho em minha face.
Se eu morrer de frio, não foi por estar nu de espírito.
Foi essa nua e crua falsidade.
Me faça um carinho por piedade.
Pobre criança tola, eu acreditei no amor.
Criança pobre e estúpida.
Se eu pudesse ser quem você gostaria, todo o meu tempo,
Não era por frivolidades que eu morreria.
Pobre de espírito.
Pobre menino sem nenhum rela.
Podre! Menino sem moral.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Pontadas

Isso não é solidão, nem nada.
O tempo já não permite e o corpo não admite esse nome.
De solidão só existe uma ponta.
A ponta do cigarro, acesa,
Queimando os dedos e o peito.
Arde peito!
Perfurado pela ponta de solidão.
Ponta de um Iceberg.
Mas o gelo queima como o cigarro.
Tudo queima.
Tudo perfura, rasga e destrói.
Pobre peito, aberto.
Queima peito.
Não dá mais, tanto frio.
Tudo queima, tanto frio.
E os amigos, onde estão?
E a vida, solidão?
O que me mantém vivo é a ponta
Que queima, mas não aquece.
Aquela pequena ponta
Que, de tão pequena, alfineta o peito.
A pontinha de esperança!!!
Pobre esperança, pobre peito.
Mísera esperança que me alfineta,
Rasga, gela e queima.

As duas faces

As luzes em minha cabeça não me iluminam o caminho.
É tão gostoso seu carinho, e eu aqui, assim carente.
O que acontece conosco?
Será que estamos enganados?
Eu já não sei mais nada de tudo o que sabia.
Só sei que a alegria chegou como fosse fácil
Olhar nestes teus olhinhos
E partir sem nenhuma ferida.
São coisas boas da vida:
Te olhar e enxergar nos olhos a luz do luar.
Tocar teus lábios doces como o mel que colori teu olhar.
Sentar a teu lado, te contar meus erros.
Dividir meus medos e roubar teus beijos.
Brincar em tua pele com a ponta dos dedos
E, com os lábios molhados, alisar teus cabelos.
Mas, depois disso tudo, chega a hora,
Trabalha me esfola.
Tudo o que é bom dura pouco.
Tchau, preciso ir agora!!!

Um

Vamos brindar nossa desilusão,
Nossa estupidez, nossa imaturidade.
Vamos cantar, dançar e chorar como um que fomos.
Depois a gente se acaba neste dois que, cada um de nós, somos.
Vamos nos afastar.
Sem mais olhares, sem mais pesares, sem carinho ou amizade.
Vamos fugir?
Eu vou embora deste corpo que não mais me pertence.
Pegue meu corpo, minha alma, minha vida.
Nada mais é meu.
Tome o que é seu por direito.
Tudo o que se foi com minha felicidade.
Socorro, socorro, socorro...
Eu já não sinto mais nada,
Tirando a vontade de correr gritando: SOCORRO!!!
Eu só corro e, desta maneira eu morro.
Estou me acabando, acabando com tudo o que é seu.
Seu por direito.
Éramos um.
Este "UM" que fomos, ao partir-se, não aguentou a dor
E aqui jaz, neste "DOIS" que cada um de nós
Hoje somos em um.

Na velocidade do som

Na velocidade do som, eu sei, não é tão bom,
Mas é assim que sigo.
Você quer mudanças como quem quer relâmpagos.
Veja a luza, me ilumine.
Na velocidade da luz faço o som.
Na velocidade, o som fica bom.
Sigo sempre na velocidade do som.
Tente se mover no ritmo da batida.
Tente acompanhar a pegada da vida.
Tente não exigir de mim sua luz.
Tente dividir comigo o peso de sua cruz.
Todos se movem como a luz, exceto eu.
Ao menos ouça o som.
Na velocidade do som, fica bom.
Não peça um relâmpago se sou só trovão.
Tenho esperanças de ser mais que um estrondo.
A minha velocidade é gradativa.
Vou chegar à luz através do som.
Aumente o volume e tudo fica bom.
Eu termino sempre na velocidade do som.
Tente ir adiante com a minha batida.
Não grite meu nome em suas reduzidas.
Atinja a velocidade de sua própria luz.
Todo mundo corre como a luz, exceto eu.

Não ligo para isso

Não venha me falar sobre amizade.
Não venha me contar sobre sua vida.
Nem mesmo mostre-me preocupação.
Não quero o seu dinheiro, nem sua gratidão.
Não ligo para isso.
Você não quer que eu tome friagem,
Mas não quer mais ser minha amada.
Eu não ligo para o vento em meus cabelos.
Eu não ligo para isso.
O que faço com este frio em minha alma?
Me gela mais que o próprio inverno.
Você não quer que eu adoeça?
Não ligo para isso.

Que pena

Eu queria te dizer: - Que bom, que bom!
Você já achou outro alguém? Que bom, que bom!
Agora que está feliz, que se sente importante.
Que sorriso irradiante...
Que bom, que bom!!!
Mas eu não sei ser assim,
Assim tão bom.
Eu só posso te dizer que, em mim, a dor ficou.
Que pena, amor, que pena.
Eu só quero te dizer o quão grande é meu amor.
E esta dor, que pena!

Seja você mesmo

Ouço alguns dizendo:
- Seja você mesmo, custe o que custar.
Mas não é tão simples, pois sofremos influências.
Todo mundo fala:
- Faça tudo aquilo que quiser fazer.
Tudo o que desejo, conheci pela T.V.
Seja você mesmo, é o que pode fazer.
Seja o que o mundo espera de você.
A televisão me diz:
- É esta a família que você precisa ter.
Compre aquele carro, use terno, dê uma festa em seu apê.
Meus pais me disseram:
- Seja um doutor e faça fortuna.
É assim que a sociedade se projeta em nosso ser.
Ainda tem quem acredita que é o que desejou ser.
Não seja inocente, até cego pode ver.
o Que você é não partiu de você.
Você é o que te levaram a ser!

Não quero andar na moda

Amor, o mundo está tão hostil.
Não façamos parte deste hospício que se formou.
Baby, o que se fez do sentimento?
Hoje há muito desprendimento das coisas que tem valor.
Então eu te digo, sejamos felizes.
Deixemos de lado a frivolidade.
Nós não precisamos andar na moda.
Eu prefiro o que é velho e bom.
Amor, o que se fez da família?
Hoje cada qual trilha seu caminho em solidão.
Garota, olhe ao redor e me diga
O que se fez do amor puro?
Hoje é só gozo e prazer!
Eu quero mesmo é voltar ao passado.
Voltar para a terra, fundar minhas raízes.
Eu não quero, não, não, andar na moda
Se para tanto for preciso me esquecer do amor.
Amor, já chega de tristeza.
O mundo atual nos deforma.
Nossos rostos não conheço mais.
Baby, não ouça o que dizem os amigos.
O que hoje escuto, nem ligo.
O que desejo mesmo é ter paz.
Baby, me diga qual valor existe em
Sair conhecendo o mundo
E esquecer do lugar de onde vem?
Baby, a novidade é tão triste
Quando o preço a se pagar por ela
É largar o que fui e o que sou.
O meu coração está muito triste.
Ver o mundo assim não me faz bem.
Eu não quero, não, não, andar na moda.
O que quero mesmo é viver o amor!
Amor, o mundo está muito hostil.
O que se fez do amor puro?
Hoje é só gozo e prazer...

Sangue e calor

Venha correndo, não perca tempo,
Venha para cá e me enlouqueça, bebê.
Você não vê que não temos nada a perder?
O que foi que me prometeu?
Não conseguiu se proteger?
E então, o que aconteceu?
Nós dois estaremos unidos até o fim
Mesmo que seja com o céu desmoronando sobre nós.
Nós nos merecemos e ficamos bem assim
Nos entorpecendo de cigarros, carne, suor, sangue e calor.

Para se alimentar

Só você foi quem não viu o quanto me entreguei.
A minha vida eu transformei para poder te abrigar.
Mas a vida é mesmo assim, um ri para outro chorar.
O amor é a semente de uma planta venenosa.
Toda rosa tem seu espinho
Que rasga, machuca, sangra e destrói.
O amor é planta carnívora.
Atrai os incautos para se alimentar.
Você não soube viver uma vida a dois.
Precisou de liberdade e nem mesmo pensou em nós.
Amor e libertinagem não vivem em comunhão.
Você se doou ao mundo. Você nos vulgarizou.
Sensações não são sentimentos.
Viver é momento. mas não é só prazer.
A felicidade vazia se perde com o tempo.
Não se jogue ao vento ou talvez nunca seja feliz!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Veja de perto

Você me culpa pelos erros, como se eu fosse um carrasco,
Mas você nunca olhou com calma, não quis ver o que acontecia.
Você me julga como um monstro e não se lembra de meus acertos.
Não reconhece meus méritos, como se eu nunca agisse certo.
Veja de perto...
Nós dois vivemos muitas coisas, tivemos muitos bons momentos
Mas se esvaíram, como poeira ao vento, quando você abriu as portas.
Éramos mais do que companheiros. A sua voz era meu guia.
Mas você renegou a história, como se eu nunca tivesse agido certo.
Veja de perto...

Verdadeiro dilema

É isso a vida? O que é o amor?
É entrega sincera e absoluta?
Eterna luta ou momento de espera?
Quem me dera, quem me dera, poder precisar em palavras.
Ah, o amor! É fato isolado ou ciclo contínuo?
Será o simples ato de se dar
Ou o interpretar de uma peça de teatro?
Será aquele desespero, no quarto, de noite,
Ou o açoite de um pobre coitado?
Quem ama mais: o abandonado ou o retirante?
A ilusão do amante é encontrar no outro a paz,
Ou é ser deixado de lado, envolto em solidão?
Qual é o combustível do amor:
Trocar favores e carinhos? Ser correspondido?
Ou é ser dedicado e acabar mal-compreendido, largado ao sofrimento?
Oh, dúvida cruel, verdadeiro dilema.
O amor é um poema e um abraço?
Ou ele é o braço que te empurra para o abismo?
Amor é fruto do egoísmo, azedo-doce, cruel e hostil.
Nos leva do inferno aos céus de maneira oculta, misteriosa
Que ninguém sabe contar, pois não sabe, nunca viu.

A máquina cerebral

Inspire, respire. Inspirar, respirar. Se inspire!
Como é difícil romper com um vício.
Tudo o que se faz para viver.
Comer, beber, dinheiro, amor e desespero.
Tudo o que se faz por merecer.
A máquina cerebral roda sem parar
Fugiu do controle e está no comando.
A máquina cerebral está no comando
E vai dominar.
Não dá pra controlar o nosso pensamento.
Razão e emoção não existem mais.
O cérebro trabalha por sua própria conta.
Ele sim é quem nos controla.
Viver nos leva à morte e o próprio respirar
É que faz a engrenagem enferrujar.
A máquina cerebral roda sem parar
Fugiu do controle e está no comando.
A máquina cerebral está no comando
E vai dominar.
Não posso confiar no que faço de mim.
Não dá para controlar.

Deixa o filósofo pensar

Ser ou não ser, estar ou não estar?
Será isso uma grande virtude, nos fazer pensar?
O Marxismo, o isto e o aquilo,
A filosofia, a vida e o xadrez.
Outra visão, outro meio de vida.
O triunfo, a conquista.
Causar a morte, talvez?
Ou não, sei lá, então! Enfim.
Troca o professor e fica tudo certo.
Você se acha esperto e fala sem parar.
Nunca vai chegar a nenhum lugar.
Qualquer lugar, lugar nenhum.
Vamos ficar então. Sei lá, ou não.
Então fica assim, então.
Deixa tudo assim, então.
Deixa a ciência estudar os movimentos.
Deixa os costumes para quem só faz moral.
Deixa o que é lógico para os matemáticos.
Deixa o Filósofo pensar no que é legal.
Deixa a poesia para os apaixonados
E deixa o nosso sonho para queimar no Carnaval.
É Carnaval, que alegria.
Agora vou passar quatro dias na folia
E quando acabar, só vai sobrar pó, cinzas
E o choro sofrido de mera entrega carnal.
Hoje eu sei as esquinas por onde errei.
Mas, se errei, quem garante que não estava certo?
O que é certo ou errado, qual conceito está sendo usado?
O que é certo? Vai, me diz! Ninguém sabe, eu não sei.
Você se lembra do que aconteceu?
Se foi bom, não se esqueça. Se ruim, quem consegue?
Se esqueceu, algo significa: é que nada significou.
Mas eu sou bem legal, vê se não me esquece!

O condenado

O novo alvo é a dor. A moda é fazer sofrer.
Disseminar rancor. É assim o novo mundo
A guerra está aí, só não enxerga quem não quer.
E nós ficamos neutros enquanto o mundo inteiro se destrói.
Mas preste atenção,
Você também é frágil e muito vulnerável.
O que sinto e o que sei é que tudo está errado.
Não somos livres. Nenhum de nós.
Somos todos controlados.
O que sinto e o que sei é que o trem está desgovernado.
Então, se tudo for para o buraco.
Mais fácil é acusar o condenado.
Apagaram as luzes. Ficamos todos no escuro.
E assim nos acomodamos para evitar esforços.
Mas, até quando viveremos mergulhados no breu
E embriagados pelo ar podre que nos entorpeceu?
Enlouqueceu???
Espero que se lembre:
Se tudo for pelos ares, você também irá...
O que sinto e o que sei é que tudo está errado.
Não somos livres. Nenhum de nós.
Somos todos controlados.
O que sinto e o que sei é que o trem está desgovernado.
Então se tudo está for para o buraco.
Mais fácil é acusar o condenado.
Será que o mundo seguiu e eu fui deixado para trás?
Mas enquanto eu durmo ainda sonho com a paz.
Você não quer saber. Eu não vou te acusar
E como me foi ensinado, acusarei o condenado.
O bode expiatório, o louco, o revoltado
Que tomou a iniciativa e será sempre o condenado.
Será ele o vilão, ou um grande iluminado?
E o que devemos fazer?
Eu acuso o condenado!!!

Luaninha

Ela é cor-de-rosa, ela é uma bolinha
Pernas de mandioca e pés de bisnaguinha
Ela é sorridente e manhosa demais
Enquanto ela come precisa de paz
Às vezes cachorra, às vezes porquinha
Às vezes feiosa, às vezes lindinha
Ela é cheirosa como uma gatinha
E sempre se porta como a Princesinha
Tem olhos azuis e lábios vermelhos
Bochechas rosadas e furinho no queixo
Ela é de morder e de fazer carinho
Ela é de amassar e de dar muito beijinho
Ela é pequenina, mas por dentro gigante
É tão espertinha e intrigante
Se ainda não sabe quem é a menininha
Agora te digo: é a Luaninha!!!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Não mais voltou

Meu bebê foi ver o mar.
Se distanciou e não me levou.
Prometeu não demorar.
Só ia nadar, foi só ver o mar.
Tem mais de um mês que ela me deixou,
Para ver o mar, nele se banhar.
Nem notícias me enviou
E não retornou, não mais voltou.
Hoje um passarinho me visitou.
Veio me contar que viu meu amor.
Ela estava à beira-mar.
Por um outro alguém se deixou levar.
Minha garota foi ver o mar.
Não sei porquê não quis me levar.
Junto ao mar encontrou outro amor.
Foi só se banhar e não mais voltou.

Não me deixe assim

Isso não está ajudando em nada, tome logo sua decisão.
Me cozinhando em banho-Maria. Me dê alguma satisfação.
Me rodopie, me jogue para cima, ou me afogue no fundo do mar
Me engula logo, me processe. Me cuspa longe sem mastigar.
Mas não me deixe assim.
Sua atitude não ajuda em nada, me mantém preso em suas mãos.
Segue amena, se esquivando. Alheia a tudo, em interrogação.
Você está me prejudicando. Me faz refém da situação.
Isso não está ajudando em nada. Me diga logo se sim, ou se não.
Me rodopie, me jogue para cima, ou me afogue no fundo do mar.
Me engula logo, me processe. Me cuspa longe sem mastigar.
Mas não me deixe assim, não me deixe assim.
Me engula como fosse algo bom. Me cuspa longe como algo ruim.
Mas não me deixe assim.
Me leve logo para o seu céu ou me condene de vez ao inferno.
Mas não me deixe aqui, não me deixe assim.
Só não me deixe assim!!!

Branca é a cor

Fecho meus olhos e vejo um clarão
Uma luz intermitente em minha cabeça.
Essa luz me faz doente, me destrói
Me deixa à beira de um colapso.
Todos os muros, paredes, retratos.
Tudo enfim se faz de uma só cor.
Qualquer coisa que eu olhe faz de mim sofredor.
O gato preto está branco, o arco-íris é branco.
A neve, a nuvem, o algodão.
Mesmo o sangue que jorra de dentro de meu peito
Brota como um clarão.
Se existe amor verdadeiro, ele tem cor.
Se sentimento é tangível,
Não importa seu tamanho, não importa a intensidade.
Quando puro e verdadeiro, branca é sua cor.
Branca é a cor.
Que lindo e branco gramado.
A areia da praia, a bandeira da paz.
A lã, a pomba, o cisne, o urso polar.
Sua pele branca com um dragão encravado.
Colorido não há mais, tudo em minha vida está branco.
A serpente branca não me deixa em paz,
Sempre aos meus ouvidos, me fazendo lembrar
Que isto é amor, o mais puro e verdadeiro.
Isto que sinto e que tanto busquei, branca é sua cor.
Branca é a cor.

Quantas vezes?

De quantas chances um amor necessita?
Quantas são as ofertadas pela vida?
Quantos anos para alguém se matar?
Para o mar subir e o rio secar?
Quantos meses para a criança andar?
Para eu te perder, esquecer, tentar viver
E então te reconquistar?
Quantas vezes
O destino vai tentar nos unir?
Quantas vezes
Eu deixarei você me iludir?
Quanto tempo
Você vai aguentar sem mim?
Quantas vezes
O tempo ainda vai me trair?

Só mais um dia

Prometo a mim mesmo:
Como o café que bebo, serei quente.
Farei todo o possível e o impossível
Para ser mais decente.
Se torna mais difícil a cada dia
Esconder o que sinto.
Me fechar assim vai me tornar
Cada vez mais doente.
Sobrevivo,
Como Deus quiser e a vida permitir.
Eu me viro,
Nunca deixarei de existir.
Já comecei milhares de vezes,
É só mais um dia.
Vinte e tantos anos e ainda acreditando no amor.
Mas toda a minha vida, encontrei nada além de dor.
Pode voar.
Nunca tive chances de subir.
Comemore,
Sem você eu sei que vou cair.
Me esqueça.
Já recomecei milhares de vezes.
Este é só mais um dia.
Começo outra vez!
Este é só mais um dia.

Garota indecisa

Hei, garota indecisa, o que nós fizemos de nossas vidas?
Tantas coisa, tanto amor, tanta emoção
E acabamos como desconhecidos.
Mas veja você, estamos mudados
E nosso mundo pode ser colorido.
Eu te vejo e você me vê.
Nos veja juntos, como somos mais lindos.
Eu gosto tanto de você.
Me deixe entrar que você vai perceber.
Me sinto tão feliz neste lugar.
Faço massagem se me deixar ficar.
Eu sou metade sem você.
Me complete e não irá se arrepender.
Este pode ser o nosso lar.
Faço a comida se me aceitar.
Hei, garota indecisa, o que vai fazer agora com sua vida?
Outra chance de viver nosso sonho.
Estou aqui, basta me esticar a mão.
Estou vendo você sendo levada
E aqui estou, nada posso fazer.
Então veja você o que quer fazer
Só não me deixe outra vez de mãos atadas.
Veja você, nós somos outros.
Outros pontos podem ser explorados.
Veja você, nós somos outros.
Veja por outro ponto.

Não sei fazer chover

Se apresse sem chorar, há uma vida inteira te aguardando chegar.
Vai sentir a minha falta, mas não compensa ficar a me esperar.
Pode ser que eu me arrependa
Mas não vou pedir que deixe de viver enquanto tomo a minha decisão.
Conheça lugares novos, outras pessoas, novos horizontes.
Tudo para você, sua vida está apenas começando.
Você pode até se esconder, pois ninguém sabe onde vai dar
Um coração partido querendo se refazer.
Você pode me odiar mas, não quero mais prendê-la a mim.
Guardá-la do mundo sem saber se posso ou não te amar.
Eu não sei fazer chover, não consigo superar.
Estou estacionado.
Não pare junto a mim ou talvez não consiga mais sair.
Quanta confusão.
Minha vida toda eu só fiz me enrolar.
Você está chegando lá.
Entao náo é justo te segurar.
Eu queria só me esconder.
Não ter que encarar todo o mal que causei.
Mas não vai adiantar.
Melhor então seguir sozinho
Por mim mesmo, até me recuperar.
Se abrir sua mente e observar com a razão
Enxergará que é melhor para você esquecer que existi.
Siga a sua vida sem me procurar.
Não venha atrás, não te mereço mais.

Eterna Aurora

Na primeira manhã tudo era festa.
Liberdade, liberdade. Vou seguir minha vida.
Andei pela cidade,me senti gigante, me senti melhor.
Posso ter carinho de quem bem quiser.
Posso fazer da vida o que bem quiser.
Bem que se quis ser amado e ser feliz.
E quanto a você?
Felicidade, felicidade. Feliz a cidade que te vê,
Que te tem só para ela.
aqui. Da janela, da berlinda observo
A Aurora da segunda.
A segunda manhã que me resta.
A primeira após a festa,
A primeira que não finda.
Manhã esta que escurece, e vêm o Sol, e nunca finda.
Manhã que se reveza entre o Sol e a solidão,
Entre a luz e a escuridão.
Primeira de uma única e última
Manhã que não se acaba.
Que eu não me acabe. Que eu nunca mais durma.
Que eu te persiga ou até mesmo que eu suma.
Chegou a noite e já se foi.
Mesma manhã, a segunda.
A segunda-feira, a segunda fera, a segunda vida.
Ah, quem me dera, a segunda morte!
A cidade, a cidade.
Feliz da cidade nesta eterna Aurora.
Mas bem que se quis ser amado e ser feliz.
Felicidade foi-se embora.
Felicidade, felicidade.
Feliz cidade de eterna Aurora.

Do outro lado

Do outro lado da praça tem alguém caído.
Esta chuva que não passa, este alguém perdido, morrendo afogado.
Machucado, corroído e precisando de um carinho.
Precisando de algum conforto.
E deste lado estamos nós, acomodados.
Reclamamos sem motivos concretos, sem argumentos reais.
Estamos todos credenciados para passar para o outro lado.
Você acha que tem pouco, mas no fundo é abastado.
Reclama de barriga cheia, mas tem mais do que o necessário.
Olha o seu próprio nariz mas não enxerga o próximo.
Pois saiba, tudo, tudo tem outro lado.
Atravesse a tempestade e terá a bonança.
Atravesse o oceano e terra à vista.
Cara ou coroa, yn e yung, o bem e o mal, o sim e o não.
A água e o sal, o pé e a mão.
Do outro lado da rua, nova casa para morar.
Do outro lado da praça haverá um outro lugar.
A miséria e a fartura, o desperdício e a precisão.