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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Infernalmente quente...

Olhos negros, céu vermelho, nuvens de prata,
Quarto carmim, cama incinerada e corpos em brasa.
Paixão caliente do amor diferente.
Sexo ardente.
Bocas tocam mãos de carinho.
Almas se entendem.
Tempestade cinza selando nosso pacto,
Contrato de sangue nos conduzindo ao céu.
Converso com Demônios por seu corpo.
Na sede do desejo, me embriago em seu fel.
Veneno solto, olhares trocados.
O avesso do inverso.
Desejo louco que separa meu corpo do anexo.
Anjos da morte carregam pessoas desprovidas de amor.
Safamos-nos por queimarmos em chama indolor.
Nossas queimaduras de sexto sentido afligem o coração
Não há cura ou plástica que resolvam.
Comburente é paixão.
Nosso amor pelas esquinas: beco sem saída.
Nosso erro: fazermos do mundo um drama.
Este Demônio que nos intimida
É a Fúria que habita nossa cama.
Induz-me ao pecado de perdão previamente concedido
Com penitência de amor transbordado e prazer exaurido.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A caravana...

A caravana segue, os mortos ficam para trás
As lágrimas são passageiras e, pelos mortos, nada mais
A vida segue em frente, não dá para viver do que se foi
Às vezes voltam lembranças, mas melhor deixar para depois
Quem sobrevive prossegue na luta do dia-a-dia
A tristeza é anulada por novas alegrias
A caravana segue deixando quem não pode ir
Fazendo seu caminho. Para sempre tem que seguir
A vida continua, eu sei, não pode parar
Seguindo seu caminho, para trás nem precisa olhar
A caravana segue, os mortos ficam para trás
Alguns morrem pela guerra para se alcançar a paz
A caravana segue deixando quem não quer ir
A vida não é só união, às vezes tem que se dividir.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Furacão...

Despreocupado, este era eu
Desavisado, sem esperar
Até que um vento vindo do Norte,
Um furacão, me lançou ao ar

Primeiro o susto, depois prazer
E o desejo de voar
Tomou-me o imo, dominou-me
Não pude me segurar

Soltei-me, me deixei levar
Sem medo, rumo ao desconhecido
E então alcei vôo bem alto

Dizem que o amor dá asas
Debaixo de mim só havia asfalto
Furacão se foi sem fazer-me planar

Como é?

Como é? Como vai ser?
Vamos viver ou nos deixar levar?
Vamos vencer, vamos beber, vamos zoar.
Vamos viver, correr, subir, descer, amar.
Chega de jogar fora o tempo que não voltará
Onde iremos pegar tudo o que agora se vai?
Onde iremos pagar por tudo o que a gente faz?

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Como sou feliz por ser capitalista...

Como sou feliz por ser capitalista
Trabalho como louco e ganho meu salário
Assisto à rede globo e sonho em ser artista
Mas pro Doutor sou apenas outro otário
Pego meu dinheiro no começo do mês
E pago as prestações dos vários aparelhos
É DVD, MP3, não sei mais que de não sei quem
Que não me servem para nada e eu nem mesmo queria
O vendedor falou que é bom, a personagem da novela aprovou
Então comprei para o meu filho um pouco de alegria
Faço hora extra e enriqueço o meu patrão
Nunca descanso, mas cumpro a obrigação que assumi lá nas casas Bahia
E toda essa dedicação (dedicação total à você) me faz feliz
Como sou feliz!!!
Como sou feliz por ser capitalista.
Tenho o que comer, onde dormir, o que vestir e sou petista
Pago meus impostos e que se dane a injustiça
O país vai melhorar, foi o que disse tal grevista
Então tá tudo bem, vou me dar bem, sou otimista
Como sou feliz por ser capitalista!
Como sou feliz por ser mais um escravo
Sou empregado de uma multinacional
Sou um cara de sorte e devo gratidão
Princesa Isabel assinou a abolição
Agora me acorrentaram a uma televisão
Mas ela não me açoita e até que me diverte
Mostrando que a vida pode ser bem melhor
Trabalhando, lutando, me acabando por livre e espontânea vontade
Posso ter uma casa com piscina
Um carrão importado e até um Iate
Enquanto isso, meu chefe, coitado, de cabeça quente
Porque um delinqüente invadiu sua mansão
Seqüestrou sua cadelinha e pediu como resgate um dinheirão
Hoje em dia é complicado, não se pode ter mais nada
Que esse bando de malvados, favelados desgraçados, quer roubar
Isso é que é escravidão
Comigo não, assisto televisão
Sou escravo voluntário, em troca do meu salário faço tudo o que me mandar
Não quero causar ao Doutor uma má impressão
Ele merece, batalhou por tudo o que tem
Um dia chego lá, basta lutar
Não é utopia, sou otimista
Assim falou um "tal grevista"
Por isso sou feliz por ser capitalista!!!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Acorde...

Acorde!
Mostre sonhos para mim, minha doce e linda criança
Escolha o dia, escolha o sinal
E todo dia será digno de ser só nosso.
Você pode ver?
Venha junto a mim para a vasta, serrada, mata
Cortada pelos ventos congelantes
Ouça o balanço das árvores sendo quebrado
Pelo mesmo silêncio que nos aconchega
Nós riremos suavemente como loucas crianças
Sem nos preocuparmos com a guerra
Apenas nos amando
Embalados pela melodia que estará acima de tudo
Escolha também suas intimidades mais secretas
Que serão, para mim, como doces bênçãos
Se me forem permitidas improváveis e impossíveis
Loucuras mais lindas
Estando ao seu lado nada mais me importa
A não ser o momento...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Momento único...

Tenho medo de tudo o que há no mundo
Tamanha imensidão
Perco-me entre a multidão
Eu tenho medo de perder a identidade
Esquecer-me de quem sou
Não posso perder seu amor.
Nós temos que nos proteger, temos que ficar juntos
Cuidando um do outro
Nós temos que ficar unidos
Fechar-nos num momento, um momento único.
Meu coração sofre como desperdício, tanto amor jogado fora
Pérolas aos porcos
Você não me vê, mesmo que eu desapareça
Sequer lembra que existo e isto me destrói aos poucos
Mas eu sou muito tolo, esqueço-me do amor próprio
Jogo-me contra um muro, me ralo, me esfolo
Acreditando que temos que nos proteger, temos que ficar juntos,
Cuidando um do outro
Nós temos que ficar unidos
Fechar-nos num momento, um momento único.

Jeremias sou eu...

Me diz que nada aconteceu, jura que nunca me enganou
Como se fizesse muita diferença
Desmoralizando minha crença
Nunca fui um homem de fé, não ponho marcas em minha testa
Ainda assim você me trata como se eu fosse “o besta”

Se não me deve satisfações, não diga nada que é melhor
Juro que não quero ouvir outra história pra boi dormir
Já que insiste, fala então, que vou tentar ficar com dó
Jura que não se perdeu
E vai pensando que Jeremias sou eu

Pra todo o mundo você dá, só comigo quer namorar
Quer carinhos e atenção, me pede exclusividade
Logo eu que quero curtir
Eu que nunca exigi muito
Por que foi que me escolheu?
Tá pensando que Jeremias sou eu?

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Confissão...

Hoje senti seu cheiro e me lembrei de um tempo
Em que tudo era suave, doce e o amor total e sem medo
Hoje senti seu cheiro e me assustei, parei, sentei e chorei
Porque a saudade me pegou de jeito e não deixou que eu esquecesse o medo
Na verdade não é nem medo, é remorso por ter errado tão feio
Uma nova maneira de autopunição, uma desculpa tola para tocar em sua mão
Hoje senti seu cheiro e até adoeci
As lembranças martelaram minha cabeça, minha consciência já não me deixa dormir
A escuridão da madrugada me atormenta e a televisão ligada me acusa
Mas todo este mal, eu sei, não tem remédio, e o perdão que busco está dentro de mim
Porém o nojo que hoje sinto não deixa eu me tocar
Se minhas atitudes entristecem como é que vou me perdoar?
Hoje senti seu cheiro e me lembrei de um tempo
Em que o amor era sagrado, fato consumado
Ao me lembrar daquele nosso carinho, descobri que a rotina destrói
E vai deixando os restos pelo caminho
Mas deixe em mim seu cheiro, seu perfume, que é o bastante para que eu não a esqueça
Para que o amor reapareça em meio ao ciúme
E te juro que, assim, reconstruo nosso passado, enquanto ainda há tempo.

sábado, 21 de agosto de 2010

Nós somos os números...

Não me importo de dever ao banqueiro endinheirado.
Ver a miséria pilhando o poder não faz com que me sinta lesado.
Mas muito me dói ver o burro de carga
Carregando em seu lombo todo o peso do progresso
Enquanto é açoitado, castigado, tendo por paga apenas restos.
O oprimido dá seu sangue, sua vida, seu suor
Movido pela triste ilusão de tornar-se alguém melhor.
Suficientemente fustigado para não se erguer em protesto.
Eles têm a mídia e nos alienam,
Detém os meios e nos acorrentam.
Fazem leis que nos condenam,
Mas temos os números e seguimos amenos.
Gosto muito de ver saquearem grandes redes
Porém me assusta o jornal noticiando a morte de outro trabalhador.
Eles compram a segurança e se escondem do perigo.
Lançam notícias tendenciosas, nos tornando inimigos.
Estou do mesmo lado que você, tomar minha metade não matará sua fome.
Precisamos nos fortalecer. Te eliminar não fará de mim mais homem.
Também luto e sinto sua dor, esmagados pelo mesmo opressor.
Levar meu pouco não resolve seus problemas e não me alegra condená-lo a uma pena.
Eles têm a mídia e nos alienam,
Detém os meios e nos acorrentam.
Fazem leis que nos condenam,
Mas nós, que somos os números, seguimos amenos.
Tudo o que fazemos é nos digladiar
Em nossos conflitos de autopunição.
Levar meu nada não te suprirá o pouco.
Te prender anulará meu próprio irmão.
Eu não ligo de quebrar uma multinacional
Ou de amarrar num tronco o patrão
Mas muito me incomoda ver o policial atirando no grevista
Em defesa dos interesses de um burguês bonachão.
Eles bebem nosso sangue e nós mesmos o servimos.
Eles vendem belos sonhos e nós nos iludimos.
Eles querem nos ver tremer e nós mesmos nos sacudimos.
Eles precisam nos conter e nós mesmos nos destruímos.
Eu não ligo de dever ao banqueiro endinheirado.
Ver a miséria pilhar o poder não faz com que me sinta lesado.
Eu não ligo de quebrar a multinacional do patrão.
Mas muito me incomoda o policial defendendo um burguês bonachão.
Estamos todos presos por grilhões niquelados.
Enxergamos apenas os cifrões almejados.
Me roube e aumentará a fome do irmão.
Te açoitar manchará de sangue minhas próprias mãos.
Nós somos os números.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Manchete...

Washington José da Silva sempre gostou de som. Favorecido pela malemolência herdada da raça rebolava embalado por pagodes e axés e, acreditando contribuir para a alegria do povo, empenhou-se em levar aos ouvidos alheios, impreterivelmente em volume máximo, suas predileções musicais.
Quando garoto acordava o cortiço todo ao ligar os alto-falantes na porta de casa, aos domingos, oito da manhã. Pouco mais velho começou a trabalhar e, com seu primeiro ordenado, em vez de matricular-se na computação, como gostariam seus pais, comprou um moderníssimo reprodutor portátil de MP3. Não queria processar dados. Rapaz de visão, sua vontade mesmo era entreter pessoas, de graça e mesmo que a contragosto.
Depois da primeira bugiganga sonora os dias nunca mais foram iguais, as caminhadas ficaram mais alegres, a vida mais colorida e até os trajetos percorridos de ônibus, naquele aperto e mau-cheiro, tornaram-se mais animados. Não tinha um, dentro do coletivo, que não ouvisse o som emitido por seu MP785.
Dezoito anos e adquiriu seu primeiro carro, oitocentos reais por um fusca setenta e dois, azul-calcinha. No sacrifício conseguiu juntar mais seis mil reais para sonorizar o possante e, quase realizado, passou a desfilar pelas ruas espalhando cultura. Ficou famoso por seus atos. Onde quer que fosse virava assunto: - Lá vai o Zé!
Infelizmente, na última madrugada, estacionado em um posto de gasolina onde havia uma reunião de motociclistas metaleiros, ao ligar um cd com o último hit do funk carioca, Washington foi espancado até sua morte.
Morreu aos vinte e dois anos, sem concretizar seu sonho de ter um trio elétrico.

domingo, 27 de junho de 2010

Não vai funcionar...

Não vai dar certo, eu sei
Ainda assim vou me arriscar.
Você tem alguém. Eu, enfraquecido.
Você, toda vívida. Eu, já estou tirando o pé.
Chamas da paixão me queimam
Por isso, tão afoito
Tenho até mesmo sonhado com momentos especiais.
Seu cheiro de talco não sai de mim
Sua imagem sempre em minha mente, me azucrina
Te devo um botão.
Seu batom manterei comigo
Pela pobre cachorrinha que não pára de uivar.
Um café, outro cigarro, um convite para sair
Sua recusa como resposta.
É só isso?!?
Porque eu não estou tão certo...
Quero mais carinho, mais apego.
É sempre pelo tesão
Que pessoas de sexos opostos se atraem
Mas não é tudo.
Conte-me de você.
Sim, quero seu corpo
Desejo seu calor, seu suor e seu gozo.
Porém, antes de qualquer outra coisa,
Quero uma oportunidade.
Enquanto atravessa a rua, fico tenso
Vêm, me aquece, me desvirtua
E depois dá as costas
Me deixando alucinado
Sei que está tudo errado
Isso não vai funcionar
Ainda assim vou me arriscar.
Vou pegar minha chance
Uma chance é tudo de que preciso
Para fazê-la feliz.
Farei com que funcione!!!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Controlando o vício...

Ao acordar as vísceras me doem
Mãos tremendo, boca seca
O pensamento atiça, ateia fogo
De maneira perigosa a vontade trai
Escondam-me as chaves, amarrem-me à cama
Ponham-me uma mordaça nesta boca profana
Se for necessário usem de força,
Mas tirem-me o telefone
Meu peito gritante, minhas pernas dormentes
Enfraquecido pela situação
Medidas extremas
Faço de tudo para não render-me a você
Não vou me entregar
Controlarei este vício de meu coração.

Vai passando o tempo...

Vai passando o tempo, lento como o vento
Tudo em andamento
Porém parece que o mundo parou.
Vai passando o tempo
Em meu pensamento tudo é muito lento
Mesmo a rosa já desabrochou
Vai passando o tempo, gastando o cimento
Com o soprar do vento
Uma duvida, em mim, restou
Se o relógio andou ou se o mundo parou,
Se o tempo se acabou no momento em que o amor chegou?
Vai passando o tempo
E meu sentimento em meio ao firmamento
Como alguém que se suicidou
Vai passando o tempo como um casamento
Em que o homem ciumento
Destrói o amor que ficou
Vai passando o tempo e não compreendo
O que estou fazendo agora
Que o tempo se esgotou?

Sono profundo...

Dizem que o sonho, quando vai, não volta mais
O meu sonho permanece inabalado
Faz calor, mas sinto calafrios
Deve ser a falta que nada me faz
Deve ser a alma que nada me faz
Deve ser a alma que anda sem nada,
Que anda sem calma e que nada me traz
Quem precisa de amor? Eu estou satisfeito!
Quem aí quer carinho? Quem se sente sozinho?
Quem merece respeito? Eu estou satisfeito!
Sabe o que é abandono?
Se houver dor pior, me apresentem
Quem conhece o que é ser desprezado?
Esgotei as lágrimas do mundo, isso é ruim.
Já gritei o mais alto que pude e continuo assim
Parado, esperando ansioso
Quem eu quero lembra-se que existo
E me salvar deste sono profundo
Chorei todas as lágrimas do mundo e estou assim
Gritando, louco, até ficar ruim
Parado, esperando ansioso acordar deste sonho imundo
Deste sono profundo.

Loucura...

Hoje quero apenas te mostrar com quantos paus se faz uma fogueira
Quantas paixões se curam numa bebedeira
Quantos amores cabem num só coração
Hoje quero apenas te ensinar tanta bobeira
Falar ao seu ouvido um monte de besteiras
Te mostrar como encontrar a salvação
Pegue em minha mão, venha comigo
Deixe minha língua tirar sal do seu umbigo, minha boca mastigar o seu juízo
Vou te ensinar como é sentir-se amada
Esquece o papo de namoro no portão
Não me cobre promessas de futuro
Chegue no escuro, sem jogo duro
Deixa-me roçar minha barba em sua nuca
Fique maluca, relaxa e vêm.
Desliza suas mãos por todo meu corpo
Enrosca suas pernas bem no meu pescoço
Enrola seus cabelos em minha cintura
De dia, de noite, por baixo, nas alturas, de açoite.
Vem bem devagar, aumentando, acelerando, dilacerando
Mais depressa, mais depressa que vou chegar lá!

Amor e brisa...

Vamos viver de amor e brisa
Na boa, tranqüilos, sem brigas
Numa “nice”, uma “night”, por toda a vida
Vamos vier de amor e brisa
Isso sim é vida
Amando no monte, na fonte, na mata
Para que dinheiro, para que trabalho
Se, no banheiro, toda demora é trabalho?
Vamos viver de amor e brisa
Comer os socos, as sobras das crises
Nossas varizes
Vamos viver de amor e brisa
Para que motel?
A gente se ama olhando para o céu
Através do pára-brisa
Para que dinheiro, para eu trabalho
Se, no banheiro, toda sujeira é trabalho?
Vamos viver de amor e brisa...

Uma rosa é só uma rosa...

Cadê o mapa para o tesouro?
Para o solitário, carinho é ouro
Tem que ser bom o sal, doce o fel e triste o início.
Deixe-me beber de seu mel, sugar o suor de seu prazer
Você sabe o que quero dizer!
Quando tudo acabar, acenda as luzes
Não sapateie em meu amor, não comprarei seu perdão
Tampouco venderei minhas carícias
Uma rosa é só uma rosa, uma dor não tem tamanho
Não me meça por seus erros, me enalteça por seus sonhos.
Eu te dei uma flor, uma rosa, mas não tirei os espinhos
Se sangrar, me procure que me alimento de seu sangue
Dê-me seu sangue e faça-me viver
Fique comigo até amanhecer e me veja morrer em seus braços
Faça-me morrer de cansaço e ressuscitar a cada anoitecer
Mate-me a cada nova alvorada, recrie-me ao anoitecer.
Uma rosa é só uma rosa, uma dor não tem tamanho
Não me meça por seus erros, me enalteça por seus sonhos
Eu te dei uma dor numa rosa, entregando-a com espinhos
Se sangrar, te defendo e me alimento
Procure-me, estarei por aí!

Rumores...

Amo-te assim, por nada
Te amo mal-amada, mas você nem me ligou
Ouvi umas mensagens
Mudaram minha imagem.
Você me enganou?
Olho para o relógio a cada minuto
Chegamos ao crepúsculo e você ainda não chegou
Onde está agora que tanto demora?
Será que está de novo amor?
Rumores são rumores, parecem-se tambores
Anunciando minha execução
Onde está agora que tanto demora?
Está curtindo com o velho amor?
Rumores são tumores, causando tantas dores.
Dores de um mal sem salvação!

Punhal da tristeza...

Tenho que pular, me jogar, fechar os olhos e me deixar ir
Soltar o corpo, cair, cair
Não há outra maneira de amar
Não dá para parar o tempo, nem para prever o amanhã
Se for desilusão o jeito é recomeçar
Coragem, coragem é requisito
Loucura, loucura é combustível
Paixão, ternura, emoção, recompensas se tornarão
A dúvida sempre existe, inimigo número um
Mas como curtir a viagem sem nunca no trem embarcar?
O amor é uma faca cega, a tristeza um gelado punhal
O convívio amola a faca, tornando-a arma mortal
Mas o punhal da tristeza é o destino dos que se escondem
É o presente dos que não se arriscam
Com a faca cega, sem corte.

Falta...

Se faltar dinheiro, peço emprestado
Se me falta água, tomo coca
Se faltar comida, fumo um cigarro
Se faltarem amigos, mudo de roda
Quando faltarem roupas, ando pelado
E, andando assim, lanço a mais nova moda
Se faltar chuveiro, pano molhado
Se faltar sabão, detergente ou soda.
Mas, se tu me faltas, o que faço?
Sem você perco meu caminho, fico sem rota.

Dedicatória...

Chega noite, escurece, morro de saudades
Fico em casa e o telefone, de mim, não tem piedade
Não me grita aos ouvidos seu nome a me ligar
Para dizer que a saudade também quer te derrubar
Eu fico aqui imaginando se você já está deitada
Ou se está me esperando com sua roupa amarrotada
Numa rádio toca a música que um dia te dediquei
É então que me pergunto se você está ouvindo
E sentindo o que sinto ao lembrar-me de seu semblante?
Ou será que está dormindo e sonhando com outro amante?
Nesse instante dói bem forte meu pobre coração
E me entrego novamente a momentos de solidão.

Cuidado...

Brinque comigo bem devagar
Como se faz com um animalzinho
Me abrace, me beije, me faça um carinho
Se aos seus olhos pareço um gatinho
Mexa comigo que viro um leão
Te pego de jeito, te jogo no chão
Te faço gemer e subir pelas paredes
Gritar e chorar de tesão
Deixando minhas marcas por todo seu corpo
Pois sou lobo em pele de carneiro
Dou outro recado, jamais se esqueça
Sou tímido, porém fico muito tarado
Estando ao meu lado perde a cabeça
Então meu conselho é que tenha cuidado...
Me beije, me arranhe, me assanhe, me tente,
Me aguente de lado, mas tenha cuidado!

Borboletas no estômago...

Sinto coisas que não sei, que nem lembrava mais que existiam
Não é correto, tampouco normal, não é justo comigo
Mas, sinto coisas.
Sinto dor, frio, formigamento, calor, torpor, comichão. Que bom
Não me lembrava que era assim.
É tão bom e ao mesmo tempo tão ruim
Sinto, sento-me e penso:
- Ainda tenho sentimentos!
Lembro-te, te sinto e então me sinto mais vivo
Vejo seu rosto em minha mente, tenho vontade de gritar:
- J..., J!!!
Ouço sua voz, como é bom outra vez sentir meu coração vibrar
A barriga dói bem gostosinho
Saudade deliciosa apesar de dolorosa
Outra vez sinto-me menino.
Vejo estrelas, seus olhos, o céu da sua boca
Sinto calafrios em meu ventre, em meu âmago
Como borboletas batendo asas, rodopiando, brincando
E dançando dentro de meu estômago.

Boa noite luz do luar...

Boa noite luz do luar. Diga-me, para onde vai?
Por que tamanha pressa? Posso acompanhar-te?
Que belos cabelos. Solteira. Baladas. Blá-blá-blá-blá-blá...
À noite, dois filhos, cansado. Coração burro, só ama errado!
Venha para a noite passear, passear.
Vamos juntos nos perder e nos achar.
Deixa o trampo no armário esquece tudo e vamos juntos ver o Sol nascer no mar.
Deixa o sal cicatrizar minhas mazelas, deixa o Sol me acordar pela manhã
Mas agora não vá embora, fique comigo, fique comigo.
Dê-me seus sonhos, seus momentos, seus sussurros, seus desejos
E seu ventre, e seu colo para eu deitar, me aconchegar.
Bom dia fruto do mar, luz do luar ofuscada pelo Sol.
Bons dias vêm e vão, revezam-se como inverno, verão e outono
Cachorros sem dono com cara de fome. Qual, mesmo, seu nome?
Quem, mesmo, sou eu? Esqueça-me que te busco em vão!
Vou para a noite, me jogar, me jogar.
Vou para a noite te esquecer, te apagar.
Transformar-te n’outra canção. Um mero som, um mero som.
Eu te amo e blá-blá-blá não vai dar, não.
Demorou. Onde estava? Não importa, não vai dar, não.
Vá embora, me deixando um mero som, um mero som, num violão
Falando de solidão.

Conheça-me a fundo...

Mostre ao mundo sua mágica
Como se pega um sábio e faz dele tolo?
É hora de revelar a mim o seu segredo
Como fez de mim bobinho assim?
Uma noite com você?
Eu nunca recusaria
Talvez ninguém veja futuro, mas e daí, se estou bem?
Toda uma vida ao seu lado?
Não rejeito e nem poderia
Talvez eu não tenha futuro, talvez seja você
Talvez sejamos nós, talvez fiquemos bem
Conheça-me a fundo, me ame superficialmente
Agora aceito o que vier da maneira que for
Ensine-me o seu truque de se pegar um sábio e torná-lo tolo
Nos deitamos juntos por calor e, garanto, não foi tão ruim
Divida comigo seu sonho bom, posso, talvez, torná-lo melhor
Conheci o paraíso deste amor, e então senti o inferno do “partir”
Porém, pode tornar-se algo maior
Talvez nos traga dor
Talvez eu seja o tolo desejando-te
Mostre-me seu íntimo ou deite-se só por prazer
Seja como for, da maneira que vier
Serei real e sempre profundo, faça de mim o que bem entender
Com você quero tudo
Nunca diga que te enganei, não quero confundi-la, é real!
Só você é quem consegue fazer de um sábio um pobre tolo
Mostrando o paraíso do amor
Deitando-se por prazer ou por calor
Aceito o que vier, seja como for.

O tempo está dormindo...

Estou me movendo, mas não espere um milagre
Tudo vai para seu lugar no momento em que for real
Estou fazendo o melhor que posso
Estou doando o melhor de mim
O tempo está dormindo.
Não há futuro, este é o fim!
Quero voar para o horizonte, quero correr sem parar
Saia da minha frente ou poderá se machucar
Não vou parar por nada, nada me impedirá
De partir, de seguir, de segurar o presente.
O tempo está dormindo.
Não há futuro, este é o fim!
Não faça barulho que ele pode acordar
Se recomeçar seu trabalho, não irá mais parar
Esta é a nossa chance de enganar o relógio
Não se assuste, não grite, desfaça-se deste ódio
Vamos parar o relógio e aproveitar
Vamos curtir pra valer, vamos viver o agora
Sempre
O tempo está dormindo
Não há futuro, este é o fim.
Para você o começo, tarde demais para mim!

Qualquer cor...

Hoje à noite me bateu saudades
E senti o tempo andar para trás
Outra vez quis tê-la aqui
Isso sim foi demais
Lembrei-me das noites atravessadas
Conversando sobre tudo ou nada
Tantas madrugadas, abraçados
Foram demais
Eu ouvi uma música de amor
Lembrou-me seu toque em minha mão
Desta vez tocou meu coração
Causando-me imensa dor
Chris de Bourg não sabe o que é
Receber o amor de uma mulher
De vermelho, azul ou qualquer cor
O que conta, no fundo, é o sabor
Estando aqui ou em qualquer lugar
Vou levá-la sempre junto a mim
Saiba que nunca estará completa
Uma parte é minha
Saiba que isso tudo é verdadeiro
Você foi o meu amor primeiro
Chega a ser engraçado dizer
Amor derradeiro
Ouça minha alma cantando
A tristeza que ainda vive em mim
Isso paira sobre minha vida
E voltei para uma despedida
Ouça minha alma cantando
Dizendo, gritando.

São Paulo iluminada...

Dias de frio me fazem pensar
Tomei um café, fumei um cigarro
- Será que consigo conviver com isso? - você me perguntou
Com a cara mais deslavada
E as garrafas que esvaziei, as noites que não dormi, as mulheres que abandonei?
Fui passear pela cidade, ver o Sol se pôr
Brincar com garotinhas à procura de amor
Dei risada sozinho, diante de tanto vazio
E quando voltava para casa topei, em meu caminho, com outro Anjo
Perdido na escuridão
Estávamos tão cansados que nos demos as mãos
E vagamos juntos pela solidão
Na escuridão da São Paulo iluminada
Na escuridão da São Paulo iluminada
Quebraram minhas asas, me pus a caminhar
Ladeei a estrada, dedo em riste, carona
Carros, motos, putas, drogas e baladas
Promessas, mentiras, sexo: usura total
Será que alguém sabe dizer de que planeta sou,
Ou se estive escondido por tempo demais
Na escuridão da São Paulo iluminada?
Na escuridão da São Paulo iluminada.
Meus olhos ardem em chamas, seus lábios ardem de desejo
Seu corpo é um santuário, sua cruz vai me queimar
Façamos o velho ritual de união quando o sino da Sé soar doze vezes
Meia noite em ponto, na escuridão, na vastidão,
Na desilusão da São Paulo iluminada.

Tudo o que sei...

Quero você, ao meu lado vai ficar bem.
Há algo no seu olhar que te denuncia
Altas horas e estamos sozinhos
Me diz então, o que há de mal?
Nós dois juntinhos, abraçados
Já estou nos vendo entrelaçados.
Não vá ainda, me dê mais um momento
Você tem que saber, você tem que saber
Deixe-me ensinar-te tudo o que sei.
Você já é crescida e sabe o que fazer
Estou pegando fogo por você
Deixe eu te pegar, queime-se em meu fogo
Isso vai ser tão bom, vamos fazer um jogo
As regras não existem, faça tudo o que quiser
A regra é ser feliz, o jogo é ter prazer
Você não vê?
Estou do jeito que o Diabo quer.
Não me deixe assim!
Não vá ainda, me dê mais um momento
Você tem que saber, você tem que saber
Deixe-me ensinar-te tudo o que sei.
Garota, eu quero você, em meu pescoço vai ficar bem
Posso ver o seu olhar me devorando.
Deixe eu te pegar, queime-se em meu fogo
Isso vai ser legal, vamos fazer um jogo.
A regra é ser feliz, o jogo é ter prazer
Você tem que saber, você tem que fazer
Deixe-me ensinar-te tudo o que sei.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Intensidade...

30 anos intensos. Leito de morte, último suspiro:
- Não morro, esgoto esta vida!!!

O amor...

...furacão que tudo arrasta, sobre mim agirá como leve brisa, provocando um calafrio e passando sem causar danos...
Rede TV, transformando qualquer evento em baile Funk!!!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Assim, como os homens...

...são os seres humanos!!!

Matam, roubam, destróem, são desleais...
Isso sem falar na ganância...
A isso resumem-se os seres humanos:

HOMENS!!!

Rotina...

Chego em casa, nem preciso olhar o relógio, 1 e meia da manhã, com certeza já tomei uma dúzia de cervejas, mas nem por isso estou feliz.
Fuço as panelas, abro a geladeira, procuro algo para comer, ligo a T.V. e escolho um canal, não que vá fazer alguma diferença o que estiver passando, sei que não vou mesmo prestar atenção, mas tem que ter algum barulho para me distrair.
Penso na vida, morro de saudades de meus filhos e a culpa pela ausência não me deixa respirar direito.
Faço um café para não perder o costume, acendo mais uma cigarro, quando estou com mais sorte ele age sobre meus pensamentos, me ilumina ou me põe no ar.
Ouço gemidos, olho para a tela: cine-teta, ele encostado na mesa da cozinha e ela ajoelhada com os cabelos sobre o rosto.
Em cima da mesa da cozinha!!! Onde eles apoiam o prato na hora da refeição?!?
Seis amigos me fazem companhia, faço de conta que sou da turma e dou boas risadas...
As horas passam, nada acontece, o sono não chega.
Chega!
Volto à cozinha e abro uma caixa de bombons ou um pacote de bolachas, pronto, sinto-me renovado, é então que um daqueles amigos diz:
- Lembre-se, chocolate não é amor.
Agora bastou, desligo tudo e vou dormir!!!!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Como consegue?!?

Como você consegue estar assim, tão bem?
Não te desejo mal, mas nem tão feliz também.
Como consegue expor sorrisos francos,
Gargalhar com os amigos?
Eu aqui, todo choroso, triste, melancólico e machucado.
Como você consegue estar assim, tão bem,
Como se nada demais tivesse acontecido?
Será que foi nada, de nada valeu?
As noites em claro, vigiando,
Os dias de frio, alegrando,
E todas as caras, os papos, agrados, carinhos e o amor?
Como você consegue, me vendo todo down,
Seguir sua rotina estando assim, tão bem?

Provavelmente...

"Isto" provavelmente é você.
Bem poderia ser eu,
Mas não seria sem dor
Minha vida tão tranquila, tão normal.
Tem seu notório cargo na multinacional.
Com seu relacionamento estável.
Postura social indefectível
E as escapadas com a secretária, rapidinhas no motel.
Genro dos sonhos de todas as mamães.
Camisa pólo, barba aparada, bem adestrado.
Promissor, na prestação do apartamento.
De carro zero, popular, mas equipado.
Eu com meu "talento desperdiçado"
Escrevendo versos e sendo sonhador.
Pensando demais para aceitar.
Não me indiquem caminhos percorridos.
Seria mais feliz, mais convincente?
Provavelmente!
Porém isto é você!!!
Certamente...

Nestas noites...

É nestas noites que perco a cabeça
Tentando encontrar o que perdi e nem sei onde.
É nestas noites de solidão e frio,
Procurando um lugar para repousar.
Seria tão simples seguir como o mundo,
De acordo com o sistema,
Mas não comigo, não em minha loucura.
O cara errado com quem se divertir,
O corpo no qual se aquecer
E depois tchau, acabou.
Mas eu tenho sentimentos.
Eu me apego e tenho carência.
Quem se importa que eu me perca?
É como dizem:
- Ficam os dedos!
Você se foi com meu anel...

Crescendo em números...

Crescendo em números a raça humana.
Proporcionalmente cresce a distância.
Quanto mais gente em menor espaço,
Tantos mais corações partidos.
Crescendo em números a raça humana.
O indivíduo cada vez mais negativo.
Quanto mais avanços científicos,
Maior a distância entre irmãos.
Crescendo em números a raça humana,
Aumentando a criminalidade.
Diminuindo o espaço.
Aumentando a natalidade.
Crescendo a fome, as doenças, as desgraças.
Descendo em igual número a compreensão.
Crescendo em números a raça humana,
Tendo por resposta, para tudo, o NÃO!
Crescendo em números a raça humana,
Equacionando a solidão...

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Very Good...

Tenho pensado.
Tenho pensado em você.
E por mais que a deseje bem,
Sinto estar agindo errado.
Você esteve em minha vida,
Mas cada qual seguiu seu rumo.
A levei sempre em meu peito
Como a lembrança de um tempo.
A amizade que vingou,
O amor que nunca aconteceu.
Vejo filmes de romance
E tudo sempre acaba bem.
Isso é Very Good!
Palavras ocas não repercutem.
Este é meu sentimento.
Um pássaro sem asas.
Estes somos nós:
Como um álbum de formatura.
Sorrisos, promessas e expectativas.
Quinze anos depois,
Amarelados pela ação do tempo.
Vejo-a por aí.
Um fantasma que me assombra
Nos rostos de outras mulheres.
Sempre vejo seus traços.
O jeito, o riso, a inteligência.
Traços de sua personalidade.
E isto é Very Good!
Sempre penso demais
E sinto que estou enganado,
Mas continuo pensando.
É sobre nós dois que tenho pensado.
It's not so good!!!

Declaração...

Sinto sua falta e isso não faz bem.
Faço de tudo, exceto o que deveria.
Sei que não sou dos melhores que existem,
Mas sou o único que você tem.
Talvez um outro seja mais homem
Ou tenha mais a oferecer.
Mesmo na minha imensa loucura
Tenho por ti o maior amor que conheço,
Então não se vá, nunca se vá.
Nunca deixarei isso acontecer.
Hoje, com certeza, você não compreende,
Mas vai amadurecer e então saberá.
Todos os dias imerso em loucuras.
Todas as noites acordado à sua procura.
Se não sou tudo o que você necessita
É apenas por ainda não ter me encontrado.
Olhar em seus olhos me auxilia a busca.
Ter seus carinhos me facilita a vida.
Sei que nem chego perto dos ideais,
Mas sou o único que você tem.
Não se recupera a chance que passou.
Os momentos que não tivemos, ficaram.
Infelizmente não pôde ser diferente.
Uma criança que prova um doce
Sempre com o gosto do quero-mais.
Mantenha-o em sua boca.
Não conte com minha mente louca.
Com a maturidade talvez me entenda.
Nunca deixarei que se vá.
Estaremos juntos por todo o sempre.
Nem chego perto de ser o melhor,
Mas sou o único que você tem.
Talvez outro possa oferecer mais,
Mas você é parte minha!

O beijo

Beijo é boca!
Na prática, sim.
Lábios se encostam e só.
Se tudo na vida fosse matemática...
Mas não é assim que funciona,
Ao menos não para mim.
A gota d'água quer ser mar,
A semente, flor,
O trigo se imagina pão,
Saciando a fome do mundo.
Idéias surgem e querem vingar.
Olhares que se cruzam,
Desejo incutido,
Ritos de sedução.
Voz doce, cabelos soltos,
Demarcação de território.
A aproximação,
Pulso acelerado,
A voz enfraquece.
O toque, o carinho na face,
A química, o tesão,
A vontade de explodir.
O sangue fervendo,
O frio na barriga,
A vontade, o desejo que invade.
Um Universo paralelo
Em que se possa ser Deus.
De olhos fechados, bem de perto.
Dois querendo fundir-se em um.
A anuência implícita
E a vontade explícita.
E a vontade...
Sim, necessita mesmo do outro Universo
Para atingir seu ápice,
E então, sôfregos,
Lábios se encostam
E tudo explode.
Os sentidos, os sentimentos,
O Big-bang
Dando início à criação.
Agora somos um e somos Deus.
Somos essência, calor.
Beijo-boca.
Não, desses eu não gosto.
Beijo-alma, beijo-vontade, beijo-desejo.
Beijo Big-bang.
Eu= Beijo-amor!