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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Neo escravismo...

Excluíram-se as correias, substituídas pela noção de liberdade
Em vez de obrigação, o ideal de responsabilidade
Aumentou o descanso, igualmente foi aumentada a pré-determinação
As senzalas foram fracionadas sob a alcunha de lar
E hoje são trancafiadas por dentro
Já as casas grandes, essas foram infladas, mas ainda abrigam “sinhás”,
Bem como ainda encobrem injusto enriquecimento
O capitão-do-mato não mais precisa ir à caça,
Sendo hoje procurado pelos escravizados no engenho automatizado
Do níquel dos grilhões derretidos forjaram-se moedas reluzentes
E o chicote desfez-se em ilusão,
Sendo pulverizado em sonhos de cifrão e materializado em ponteiros
Que açoitam e fazem pingar, de lombos e testas fustigados,
O produto da exaustão.
Agora temos acesso a remédios: álcool, cigarros, músicas populares,
Programas dominicais de televisão
Não somos mais deixados a sorte, reunidos em filas de INSS’s e PS’s
Temos a democracia, universalizando a escravidão
A comida ainda é racionada
Tendo por principio, para se matar a fome, o mérito pessoal
E os negreiros fazem rotas mais curtas
Atravessando bairros em percursos circulares
Com sues porões abarrotados, e invariavelmente, e desde sempre,
Bancados pelos negros acorrentados.

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