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terça-feira, 26 de abril de 2011

Moda...

Algo que não entendo é de moda.
Eu passo por lojas e, de repente, vejo um jeans tradicional. Número certo, valor cabível, mando embrulhar. Dois dias depois o visto, junto a uma camiseta surrada e a um tênis velho. Saio às ruas e pessoas me olham. Sinto que algumas julgam por me faltar estilo.
Estilo?
Milhares de idéias, problemas, insatisfações, inquietações e anseios que carrego na alma e vou me importar com estilo? Com moda?
Vejo na capa de uma revista alguma matéria interessante sobre homens que fazem a diferença no planeta. A revista é grossa, demonstra muito conteúdo. Compro-a.
E qual não é a minha surpresa ao averiguar que, matéria, praticamente inexiste?
O que vejo no interior são páginas e mais páginas tratando de moda!
Deixo de lado a tal revista, que deveria ser apresentada por “catálogo”, e vou me informar, ler um jornal.
Incrível. As notícias, por sinal, tendenciosas, todas recortadas para ceder espaço à moda.
Constatação importante: vivo num país miserável que se pauta em assuntos elitistas.
O pior é que os miseráveis são os que pagam, bem como absorvem, as propagandas daquilo que não podem e que, de qualquer maneira, se pudessem, consumir, não sofreriam nenhum acréscimo pessoal.
Alguém, por favor, me responda:
- Que substância moral, espiritual ou mesmo intelectual eu somaria, ao vestir uma etiqueta da moda?
Pessoas morrendo de fome, matando por fome, guerras nos quatro cantos, usurpações, preconceitos, segregação, nações dizimando, nações dizimadas... É foda! E tudo isso acontece pelo desejo de, e do, poder, pela disseminação da ideologia do capital. A idéia do acúmulo, tão desenvolvida e funcional que é aceita sem questionamentos e, mais do que isso, adsorvida sem que seja percebida, por meio de músicas, novelas e filmes Hollywoodianos, financiada pelo produto do trabalho dos mesmos miseráveis que se esfolam, na esperança catolicamente ilusória de consumir MODA!
E então alguém me diz: - Sua camisa listrada saiu de moda.
Qual foi a parte do contrato que eu deixei de ler? Porque, honestamente, não me recordo de ter assumido o compromisso de me sacrificar vitaliciamente, iludido por sonhos monárquicos, sendo meu sacrifício útil unicamente para que tais sonhos sejam concretizados nas vidas dos verdadeiros monarcas, hereditários e vitalícios.
Agora chega, desisto. Vou ler a tal revista para tentar entender as novas tendências.

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